Uma fria, eu nem sabia
Então, eu me vesti o melhor que pude
E fui ao teu encontro.
Teus amigos, meus amigos.
Uma fria, eu nem sabia,
Mas insisti para que viesse,
Só queria tua companhia.
E foi justamente o que me negaste.
Numa mesa, quatro pessoas
Dois grupos, um renegado.
Alguém, um amigo, que comigo falava
Pois comigo ninguém mais se importava.
Como se nem estivesse lá.
Então, a bela carcaça de mim se fechou
E no meu interior, fervendo
A indignação.
Contrariado, revoltado, triste.
Teu ponto, eu entendi.
Não sou bom pra ti.
Não o suficiente, nem mesmo bom
Pra conversar.
Ignoras-me e me humilha da forma que podes;
Essa é tua tentativa de, meu amor, matar?
Não se dê ao trabalho…
Se eu morresse e em tuas mãos estivesse meu sangue
Tu as lavaria como sujeira,
Esqueceria a quem esse sangue pertencia.
Um ninguém!
Muito grato por sua eficiência,
Muito grato por sua amizade… falsa.
Da boca pra fora, tuas palavras, uma ilusão.
Acho que não sabes mesmo o que é sentir.
Acho que não sabes nem o que é dor.
Então, cá estou
Vazio, sozinho… nunca me senti tão só.
Sem nada, completamente nu,
Exposto, humilhado
Remoendo raiva, que eu não gosto.
Tentando ficar bem, pois
Eu entendi, que eu valho mais
Do que você é capaz de reconhecer.
E eu não mereço ser tratado assim.
Eu não quero ser tratado assim.
Eu não vou continuar assim,
Logo vá… Leve com você o que me tirou.
Continue da forma que está
Fingindo que eu não existo, que eu não importo.
Pra mim, você já está, de qualquer forma, morto.