O QUADRAGÉSIMO PRIMEIRO DIA

Chegou o quadragésimo primeiro dia.

Estava tão agitada...

Tão desgovernada...

Que não pensava em nada.

Levantou lendo o recado…

Em seu mural deixado…

Por alguém do outro lado.

Estava afastada…

Um tempo desolada…

Sem coragem para nada.

Ficou pensando nas linhas…

Nas suas entrelinhas…

A mensagem que continha.

Em silêncio ficou remoendo…

Aquelas palavras doendo…

Ferindo seu ego por dentro.

Será que precisava ouvir…

Aquele chamado a zunir

Seus sons a repercutir.

Fechou os olhos por um instante…

Viu um semblante distante…

Parecia uma nuvem voante.

Era o eco do seu falar…

Um grito a retumbar…

E não queria parar.

Caiu num barulho seco…

Estava no fim do beco…

Os olhos no vazio do eco.

Há se houvesse tempo…

Ouviu um suspiro de lamento…

Era um tempo sem tempo.

Nas nuvens que se afogava…

Viu um olhar que brilhava…

Tocando seu ombro que desabava.

Era uma voz insistente…

Você é um ser presente…

Que tal seguir em frente?

Que voz abençoada…

Que voz iluminada…

Que voz tão amada.

Levantou no passo leve…

Assim é que se percebe

A vida que feliz segue.

Sabe que vai vencer...

A vida é puro querer...

É preciso lutar e crer.

Está, ainda a esperar...

Há dias a imaginar.

Como pode ajudar.

Sim, largue o que está fazendo...

Venha, depressa correndo...

Fazer um relato, um remendo.

Talvez, não possa perceber...

Que há um novo querer...

E conta com seu escrever.

NEUZA DRUMOND
Enviado por NEUZA DRUMOND em 28/04/2017
Código do texto: T5983998
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