Ando pelas ruas...


Ando pelas ruas como se minha fossem
Com o mesmo passo com que te encontrei
E já se passaram tantos anos, nem os notei
Mas quando ando pelas ruas, eles voltam
E consigo te ver, e voltar a me ver ,ainda jovens
Guardo o mesmo passo, isso nunca muda
Você me diz que tenho um certo balanço
Deve ser pelas pernas ,levemente arqueadas
Noto pelo desgaste dos sapatos, iguais
"Pernas de boleiro", diziam os amigos
De fato, jogava bola, mas estudava bem,
Você de cabelos pigmaleão, como Elis
Me pergunta; " Quem é a da foto"; Janis,
"Janis Joplin, uma maluca que canta muito",
Entre outros recortes do caderno,
Todas essas pequenas coisas voltam,
Sempre me acompanham agora,
A minha vida caminha comigo pelas ruas,
No mesmo balanço de antes, você junto,
Muitas outras coisas se despediram,
Dando lugar ,mas outras são eternas
E quando os carros passam por mim,
Nem os percebo, estou tão distraido
Que nem podem imaginar o mundo que
Guardo dentro de mim.


PS; Mantive tempos verbais diferentes; presente e passado de propósito, pois o trabalho pede em razão das divagações, como se em pensamento voltasse aos anos setenta.






 
Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 26/04/2017
Reeditado em 28/04/2017
Código do texto: T5981939
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