CHUVAS DE OUTONO
Chuvas de outono que banham lentamente as folhas ressequidas e amareladas,
Estação da alma onde a luz do sol reflete as cores como fielmente são,
Onde os dias mais quentes ardem como beijo, sem se importar com o calor,
E as noites ventam suas brisas frias, compondo em harmonia com as estrelas cintilantes pontilhadas no céu.
Som do meu povo, que sonha com a extremidade de um caminho,
Tentando acalmar o frágil coração nas linhas que se fazem conduzir,
Estreito de sentidos que se limitam a explodir,
Até o ponto em que não se pode conter e se faz transbordar.
Casas abertas, são portas sem suas fechaduras, lugar de quem acredita e se faz vulnerável,
Olhar de quem convida a entrar, para mais um café, um pôr do sol, e quem sabe um amar,
Entrega de uma pele que supera os medos e a dor, que reinventa de suas tormentas novos paraísos,
E tenta disfarçar os desejos, camuflando as batidas do coração ao som das ondas do mar.
Que ao final tenhamos paz em nossas casas,
Que as chuvas de outono lavem com a delicadeza que se apresentam,
Para que alma seja fiel as suas cores,
Para que nas ausências se pinte em novas aquarelas.