CHUVAS DE OUTONO

Chuvas de outono que banham lentamente as folhas ressequidas e amareladas,

Estação da alma onde a luz do sol reflete as cores como fielmente são,

Onde os dias mais quentes ardem como beijo, sem se importar com o calor,

E as noites ventam suas brisas frias, compondo em harmonia com as estrelas cintilantes pontilhadas no céu.

Som do meu povo, que sonha com a extremidade de um caminho,

Tentando acalmar o frágil coração nas linhas que se fazem conduzir,

Estreito de sentidos que se limitam a explodir,

Até o ponto em que não se pode conter e se faz transbordar.

Casas abertas, são portas sem suas fechaduras, lugar de quem acredita e se faz vulnerável,

Olhar de quem convida a entrar, para mais um café, um pôr do sol, e quem sabe um amar,

Entrega de uma pele que supera os medos e a dor, que reinventa de suas tormentas novos paraísos,

E tenta disfarçar os desejos, camuflando as batidas do coração ao som das ondas do mar.

Que ao final tenhamos paz em nossas casas,

Que as chuvas de outono lavem com a delicadeza que se apresentam,

Para que alma seja fiel as suas cores,

Para que nas ausências se pinte em novas aquarelas.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 25/04/2017
Código do texto: T5981218
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