Há Horas Que...
Gostaria de poder corrigir meus erros
Se pudesse, jamais teria cometido eles
Alguns ainda me perseguem nos pesadelos
Onde não há escapatória de nenhum jeito
Só me resta encontrar um meio termo
Para eu conviver encarando eles sobre o espelho
E, por conta disso, não consigo esquecê-los
Eu tento, tento, mas não consigo
Às vezes me sinto trancafiado, como em um presídio
Sendo monitorado pelos meus vacilos
Diariamente sou perseguido e despido
E sem um pingo de alívio
Mas eu pego um livro e escrevo algo construtivo
Descrevendo um mundo mágico e lindo
Sem eu precisar pensar nisso ou naquilo
Dessa forma, eu conquisto um simples suspiro.
Paz interior creio que nunca senti
Mas cheguei perto de usufruir
De tão complicado que a vida está, basta eu sorrir
Algo tão modesto, um gesto discreto
Tem vezes que simplesmente penso em algo engraçado
Desta maneira, eu acabo por ficar aliviado
O cronograma da vida é algo muito complicado
De tempos em tempos é bom fazer uma viajem,
Quem sabe para outro estado?
Não sei, mas talvez para distrair, e iludir a mente
Ou talvez o estresse seja para sempre.
Há horas que me vejo pensando,
Com a cabeça ao vento
Não percebo o tempo passar,
Perco a noção de segundos e minutos
Eu me sinto sozinho,
Confuso, as vezes recluso
Por alguns momentos eu construo um muro
Me separando das outras pessoas do mundo
Com a frágil finalidade de tentar criar algo novo
Que fuja ao máximo da realidade,
Que fuja ao máximo da turbulência da cidade
Um objetivo que, de tão simples, torna-se difícil.
Há horas que não sei o que preciso
A vida é uma caixa de vidro
Pode ser destruída por qualquer imprevisto
Mas acho que poucos são os que enxergam isso
Mas também, pensar não vai adiantar
O jeito efetivo é mudar, e tentar conciliar as tarefas
É complicado se comunicar com elas
A vida é uma grande festa,
Só é preciso saber aproveitá-la de forma correta
Quem sabe sendo uma pessoa honesta?
E viverá uma vida bela, mesmo com os problemas
Não podemos é transformá-los em nossas algemas.