Elemento
Espere por mim, estou refletindo alguns momentos
Sim agora mesmo, em meio a um sepultamento
É onde a vida acaba e o corpo se trancafia em templos de cimento
É onde o tempo para, é onde o tempo não se dá luxo ao tempo
Quem dá tempo ao tempo, pouco vai ter discernimento
Uma colônia de sacramento, será que existem argumentos?
Da prepotência a inveja, pouco vejo conhecimento
São válidos os poucos que valorizam sentimento
Selvagem de matar um leão por dia, tempestuoso invento
Reflete os passos do chão em pequenos movimentos
Senta no assento e sentado firma ao firmamento
Cai pra trás em agonia e fica em meio ao relento
E nessa chuva de setembro, vem vento
Do vento mais forte, do vento mais lento
Você estará no mesmo lugar sem nenhum sustento
Animal peçonhento, catapulta para o entretenimento
Jogando peças para cada segmento
Uma parte de mim não fica cem por cento
Odeio as partes desse procedimento
Sinuoso e suntuoso desarmamento neste alento
E nessa hora bate um formigamento
Uma pequena possibilidade de enfrentamento
Sem nenhum tipo de envergamento
Pinto o ponto cego e paro no estacionamento
É uma fase abrupta, com um novo surgimento
Uma agulha e uma fagulha desse armamento
Penúria, plenitude, luxúria, o desenvolvimento
Amar ao próximo agora, sem ressentimentos.