Contrição
Um retrato desbotado;
Uma parede caiada;
Chão de barro pisado;
Cama de palha espalhada.
Minha palhoça; minha alegria...
O cão que ladra;
Meu galo de briga; uma rinha,
E a cancela fechada.
Não passa boi nem boiada..
O passarinho, na gaiola,
Canta alto, com a voz aguçada...
E eu toco a minha viola.
Choram as doze cordas;
Cai a noite...
Aceso o lampião; o coite,
Encho o copo até as bordas.
Uma talagada de aguardente
Deixa a mente mais solta...
A melodia sai mais contente;
Embriagado, a ideia está envolta.
Vem o sono do cansaço...
Ponho a viola de lado,
E vou me deitar num passo.
A cama só cabe num estrado!
E assim, somente só,
Nenhum’alma pra eu confessar...
Minha vida em forrobodó...
Eu, contrito, espero o tempo passar.
Um retrato desbotado;
Uma parede caiada;
Chão de barro pisado;
Cama de palha espalhada.
Minha palhoça; minha alegria...
O cão que ladra;
Meu galo de briga; uma rinha,
E a cancela fechada.
Não passa boi nem boiada..
O passarinho, na gaiola,
Canta alto, com a voz aguçada...
E eu toco a minha viola.
Choram as doze cordas;
Cai a noite...
Aceso o lampião; o coite,
Encho o copo até as bordas.
Uma talagada de aguardente
Deixa a mente mais solta...
A melodia sai mais contente;
Embriagado, a ideia está envolta.
Vem o sono do cansaço...
Ponho a viola de lado,
E vou me deitar num passo.
A cama só cabe num estrado!
E assim, somente só,
Nenhum’alma pra eu confessar...
Minha vida em forrobodó...
Eu, contrito, espero o tempo passar.