NÃO SEI
Não sei mais o que é arte,
Nem sei se o que escrevo dela faz parte,
Ou o que outro dia li.
Ou certos quadros de um certo pintor,
Ou certas esculturas de um antigo escultor,
Não sei, não sei, será mesmo que vi?
Sou um fora do tempo
Que conservou o pensamento
E o gosto pelas formas, pelas cores...
Pela estética, pela melodia...
Atentando para harmonia
E para a essência dos sabores.
O que de fato é arte?
É a provocação de um enfarte
No coração do observador?
É a ceguei, a surdez, a insipidez...
Que mudou a ótica de tudo de uma vez
E disse mesmo inconsistente: “não há criador!”?