Ataroxia

Quando na falta me é negado

O necessário, o apropriado,

Ficando o silêncio do interrogado

Justa prova sobre o culpado

Diante do que precisava ser revelado

O que é claro em demasia

Cega a verdade tirando a valia

Soando falso o que fora perdoado

As circunstâncias, as perspectivas,

São uma floresta assustadora

As mudanças, as expectativas,

Sombra efêmera perturbadora

É duro coabitar com a agonia

Como um remorso frio que adoece

Como que ainda no galho apodrece

Esperando no purgatório a aponía.

Henrique Rodrigues Soares – Canibais Urbanos

Janeiro – 2017.