METRÓPOLES
Vejo os viadutos, essas estruturas de concreto, esses grandes esqueletos, cortando as metrópoles.
Se entrelaçando..., se engalfinhando, e mais parecem destemidos braços, abraçando as cidades...
Vejo o trânsito, nessas cidades, esses formigueiros, esses veículos, gemendo..., sangrando..., indo.
E se atravessando em várias direções, e os transeuntes, que também vão se atravessando, e indo...
Também vão indo, vindo, e vão seguindo..., indo, indo..., cada qual escoltando, seus próprios mundos.
Também vão se engalfinhando, vão se acotovelando, vão se engarrafando, nesse furmigueiro humano!
Se esbarrando, roçando, tocando-se alheios, e andando, seguindo, pisando as sombras, e seguindo...
Sem se adaptarem, apenas seguem, andam, cada qual as suas trajetórias, dentro das suas redomas!
Os postes vestem das mesmas estampas, também correm..., correm..., com as mesmas velocidades,
Nos mostrando, que tem horas, que a vida não passa de simples ilusões de ótica, simples metáforas...
Nas sinaleiras, o verde, veste o vermelho, e estanca, e breca essa procissão, os veículos calam a boca.
Os carros freiam, os seres humanos, não, esses disparam velozes..., apressados, parecem máquinas!
Os semáforos abrem as asas, à liberdade, os carros disparam apressados, furiosos, e parecem homens
Andam assim, e voam os homens, os homens, e as máquinas, e voam, nesse vai-e-vem indisciplinado.
Corpos e máquinas param! E o vermelho, estende o tapete no asfalto, e as sirenes dançam, e cantam!
Homens, e máquinas gritam, máquinas, e homens falam, duelam, nesse extraordinário picadeiro...
As manchetes vendem os jornais, e as notícias destampam essas metrópoles e vendem a sua alma!
As sirenes falam, as sirenes cantam, nas ambulâncias, e nos carros dos homens, vozes angustiadas...
E até parece, que os homens, e as máquinas falam mesma linguagem, e suplicam, e pedem socorro.
As sirenes ficam gemendo, ratificando essas hipérboles..., gemendo..., gritando, gritando, chorando...
Ficam vagindo..., apitando, dançando, lamentando..., mais parecem as vozes das nossas sociedades...
Albérico Silva.
Vejo os viadutos, essas estruturas de concreto, esses grandes esqueletos, cortando as metrópoles.
Se entrelaçando..., se engalfinhando, e mais parecem destemidos braços, abraçando as cidades...
Vejo o trânsito, nessas cidades, esses formigueiros, esses veículos, gemendo..., sangrando..., indo.
E se atravessando em várias direções, e os transeuntes, que também vão se atravessando, e indo...
Também vão indo, vindo, e vão seguindo..., indo, indo..., cada qual escoltando, seus próprios mundos.
Também vão se engalfinhando, vão se acotovelando, vão se engarrafando, nesse furmigueiro humano!
Se esbarrando, roçando, tocando-se alheios, e andando, seguindo, pisando as sombras, e seguindo...
Sem se adaptarem, apenas seguem, andam, cada qual as suas trajetórias, dentro das suas redomas!
Os postes vestem das mesmas estampas, também correm..., correm..., com as mesmas velocidades,
Nos mostrando, que tem horas, que a vida não passa de simples ilusões de ótica, simples metáforas...
Nas sinaleiras, o verde, veste o vermelho, e estanca, e breca essa procissão, os veículos calam a boca.
Os carros freiam, os seres humanos, não, esses disparam velozes..., apressados, parecem máquinas!
Os semáforos abrem as asas, à liberdade, os carros disparam apressados, furiosos, e parecem homens
Andam assim, e voam os homens, os homens, e as máquinas, e voam, nesse vai-e-vem indisciplinado.
Corpos e máquinas param! E o vermelho, estende o tapete no asfalto, e as sirenes dançam, e cantam!
Homens, e máquinas gritam, máquinas, e homens falam, duelam, nesse extraordinário picadeiro...
As manchetes vendem os jornais, e as notícias destampam essas metrópoles e vendem a sua alma!
As sirenes falam, as sirenes cantam, nas ambulâncias, e nos carros dos homens, vozes angustiadas...
E até parece, que os homens, e as máquinas falam mesma linguagem, e suplicam, e pedem socorro.
As sirenes ficam gemendo, ratificando essas hipérboles..., gemendo..., gritando, gritando, chorando...
Ficam vagindo..., apitando, dançando, lamentando..., mais parecem as vozes das nossas sociedades...
Albérico Silva.