João da Esquina

Sete anos!

Isento de ilusões

Zombado,

Arrasado

Corroído!

Poeta sem alumbramento

Sujo e faminto

Plangente num sobreviver crônico.

Sete anos!

Sem ouro

Sem prata

Comendo nas latas

Sou reflexo de uma alheia civilização

Feito câmera lenta caindo ao chão!

Meu estômago minguado

Coração dilacerado!

João da Esquina

Mas sou forte

Até onde minha dignidade me suporte!

Cenas do cotidiano –Morador de rua-Curitiba-1980

Leda Mara
Enviado por Leda Mara em 31/03/2017
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