João da Esquina
Sete anos!
Isento de ilusões
Zombado,
Arrasado
Corroído!
Poeta sem alumbramento
Sujo e faminto
Plangente num sobreviver crônico.
Sete anos!
Sem ouro
Sem prata
Comendo nas latas
Sou reflexo de uma alheia civilização
Feito câmera lenta caindo ao chão!
Meu estômago minguado
Coração dilacerado!
João da Esquina
Mas sou forte
Até onde minha dignidade me suporte!
Cenas do cotidiano –Morador de rua-Curitiba-1980