E AGORA?
Nossa bússola desorienta
Sua agulha perdida em palheiro
Na saudade dos anos setenta
Vivemos o pranto brasileiro
Estrelas bisonhas apagadas
Colheram da juventude o sumo
No mar de esperanças fracassadas
Vagamos pela história, sem rumo
Nossas lágrimas até secaram
Celebrando as mais insanas dores
Nossos risos desapareceram
Nas veredas de inúteis valores
Os profundos rancores ficaram
São nódoas profanas, indeléveis
Em trilhas divergentes cresceram
Corroendo mentes vulneráveis
Que herança teremos pra deixar
Diante da transbordante lama?
Vergonha! Como escamotear
Minúcias das tragédias e dramas?