DESPEDIDAS

Despedidas, amargas despedidas,

Face da pseuda eternidade que se apresenta interrompida,

Corrompida pelo adeus de uma partida,

Que às vezes não se oportunizou de fato despedir.

Admitir que um dia todos abaixo deste sol se ausentarão,

Como nuvens que se dissipam após as chuvas,

E as lembranças estarão sobre um solo molhado,

E os olhares se perderão na dor aguda da alma.

Como flor machucada no jardim,

O coração arderá em seus lamentos,

Em abraços a vã tentativa de consolo ao inconsolável,

Onde o remédio do tempo primeiro traz suas agruras, para depois voltar a florescer.

A folha que se desprende de uma árvore,

Arrastada pelo vento,

Repousada pelo chão,

Tornando-se pó.

Um olhar que se eleva às estrelas após um adeus,

Um pedido a Deus para que aquela luz nunca se apague,

Para que um dia além do infinito,

Formemos uma nova constelação.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 27/03/2017
Código do texto: T5953858
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