Ator

No teu negro olhar o brilho de constelações

E assim, vai ele, enganador;

Belo e luminoso, ladrão de corações.

Serpente em um jardim de cores líquidas

Rastejando em corpos, nas esquinas do prazer

Sussurrando segredos de muitas noites frígidas.

Entregue nas mãos da sorte, homem e Deus, um ator

Tua penumbra não revela a profundeza de tuas águas

Nem tua calma revela o poder de teu fulgor.

Tu’alma em retalhos, escondida

Sob a carne tão tenra e macia, tua bela prisão

A forçada confiança jaz partida

Teus pés desafiam o caminho, mas desejas o fim

Tua voz chora em palavras vazias de significado

Tua tristeza tem cheiro de alecrim.

Solto e vazio, sem amor e sozinho;

É errado, é desolador; sai de tua cova funda,

Caminha decidido e encontra meu caminho.

Há em ti um universo inteiro

Em teu sorriso ainda existe sinal de vida

Se ninguém percebeu, saiba, eu sou o primeiro.

THR Oliveira
Enviado por THR Oliveira em 27/03/2017
Código do texto: T5953547
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