(Des)Construção
Não sei se fiquei mais frio
São poucas as coisas que me aquecem
Ou que me fazem querer aquecer
O amor ao frio se juntou ao costume
De sentir-se congelar
O gostar do frio
Ou de ter que me acostumar com a solidão
Não me torna indolente
A rachadura na confiança cega finalmente cobra seus dividendos
Fruto de uma dura auto-preservação
Regada a martelos e machados
Isso não me deixa desacreditado, mas entendo
Finalmente entendo sua linha de raciocínio
Do porque inicialmente me viu como ingenuo
Ainda tenho uma grande parcela disso
Mas o lobo caminha com as patas mais afiadas
Respiro fundo enquanto mudanças
Físicas e psicologias
Acontecem de modo ritmado
Gigantescas arvores caíram em caminhos que seguia
Viajo agora, novamente como antes, em meio a floresta
Espero encontrar sorrisos que valham a pena
Que possa abracar e me sentir seguro
E fazer sentir seguro
Lido melhor com os arames de aço que prendem minhas asas
Que na hora certa conseguirão estoura-los
Esta amálgama viva que alterna entre seres
Que preciso ser para sobreviver
E enfim viver
Como o sol que ascende aos céus de manha
Os caminhos novos se abrem nas clareiras que crio
Com minha confiável lâmina, companheira constante
Vamos ver ate onde me levarei
Seja caminhando sozinho
Ou com alguém interessado por essa trilha que deixo
Para poder caminhar ao meu lado