_ Carne podre _

Maquiaram a carne podre

Quando o boi morreu na estrada!...

De calor... de sede e fome...

Indo à empresa iministrada!

E a população, prostrada,

Come a carne envenenada —

Até os ossos do Free boi!

Ao engendrarem outros abates,

Passam u’as tintas escarlates

— Adornando o inobre boi!

“Nem por Deus, não me arrependo,

Ao enfeitar — carne estragada!

Quem se importa?, estão comendo

As alcatras segregadas!

Que se expluda a humanidade,

Sem a menor prosperidade

Na Cultura e Educação!

Mas o imposto é um pé no saco!...

Dou propina ao fiscal braco

— Parte da negociação!”

“Se o Brasil não tem dinheiro

P’ra importar carne enlatada...

Vou fazer com que o doleiro

Permaneça no Alvorada!

Pondo o preço à Europa e China,

Mais barato que a Argentina,

Sem oferenda e culto a Deus!

Que prazer, que vos engano...

Qual sermão, no Vaticano —

Estiolando os vossos Eus!”

“Hoje, eu uso um gravador,

Sem temer qualquer político;

Desde o estúpido vereador —

Que é o pior dos vis somíticos!

Quando chega à presidência,

Mostra u’a mórbida ambivalência,

Pondo imposto aos brasileiros!

Já comprei alguns ministros,

E uns juízes — tão sinistros...

Que extorquiram os açougueiros!”

Pacco

Pacco
Enviado por Pacco em 21/03/2017
Reeditado em 20/07/2017
Código do texto: T5947840
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