Um café com lágrimas
Passa uma vida inteirinha, se perguntando: "onde mora a felicidade?".
Todo mundo passa.
É difícil dizer onde ela mora.
Porque ela não mora. Ela é fugidia. Ela não permanece.
Ela está sempre de partida.
Às vezes a sua chegada é tão rápida quanto a sua saída.
Mas há quem queira felicidade o tempo inteiro.
Tem gente que não aceita o que é passageiro.
E não adianta. Ela não se demora. Ela sempre vai embora.
Mas a tristeza também tem seus encantos.
A minha tristeza e os maus momentos,
Serviram de adubo para o crescimento. Mesmo lento.
Porque ainda há tanto para aprender. Há tanto a amadurecer.
O sofrimento é bom professor.
É preciso prestar atenção na lição da sua dor.
Tem gente que me pergunta, por que eu fico pensando nas tristezas da vida.
É que desde que eu descobri que a vida é dura.
Eu pensei: "a vida é dura, e eu vou passar a vida todinha pensando nessa dureza".
É que tudo bem a tristeza pra mim, desde que ela seja de verdade.
Não vale a pena, mentiras disfarçadas de felicidade.
É preciso perceber o que é singelo, pequenino.
Talvez, felicidade seja apenas um café quentinho.
E eu não sei por que as pessoas parecem esquecer que a gente, um dia, vai acabar.
Eu não entendo isso, nem muita coisa.
Drummond disse que “se os olhos reaprendessem a chorar, seria um segundo dilúvio”.
Quando a gente é criança, a gente chora por qualquer coisa.
Aí vira adulto, e não chora por nada.
Talvez um mundo um pouco melhor, se faça com mais choro e menos sorriso forçado.
Então por gentileza, me vê um café com lágrimas.