DIREÇÃO CONTRÁRIA?

“Eu sou um cara cansado

De correr na direção contrária

Sem pódio de chegada

Ou beijo de namorada”

(Cazuza)

Apenas com os calcanhares inchados

As mãos calejadas de aplaudir

Cada máquina mortífera

A cada espanto

Que quebra o encanto

Na vida do ensaboado pela própria ignorância

Colocada em pânico em cântico

Depois de sairmos de férias e nunca mais voltar.

Eu sou um cara de pau quadrado

De levar bofetadas

Em toda minha caminhada

O quadrado que sou

Nunca me ensinou

Como votar em presidente

Nunca me ensinou

Como anda as carruagens em Brasília

Por isso andei na direção do vento o tempo todo.

Aragarças – GO, 2001.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 19/03/2017
Código do texto: T5945760
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