DIREÇÃO CONTRÁRIA?
“Eu sou um cara cansado
De correr na direção contrária
Sem pódio de chegada
Ou beijo de namorada”
(Cazuza)
Apenas com os calcanhares inchados
As mãos calejadas de aplaudir
Cada máquina mortífera
A cada espanto
Que quebra o encanto
Na vida do ensaboado pela própria ignorância
Colocada em pânico em cântico
Depois de sairmos de férias e nunca mais voltar.
Eu sou um cara de pau quadrado
De levar bofetadas
Em toda minha caminhada
O quadrado que sou
Nunca me ensinou
Como votar em presidente
Nunca me ensinou
Como anda as carruagens em Brasília
Por isso andei na direção do vento o tempo todo.
Aragarças – GO, 2001.