Seja
Ser amor, quando o ódio invadir
Ser perdão, quando o rancor persistir
Ser encanto, quando em cada canto
Existir somente um canto
Totalmente, vazio e sem rima
Onde nota-se indivíduo em prantos
Ser paz, quando intolerância cobrar
Ser emoção, quando só a razão predominar
Ser paixão, quando em um verso em vão
Gritar, em voz alta, que a vida
É bela, somente, para quem é poeta
E insinuar, pretensiosamente, a aberração
Ser carinho, quando o coração for pedra
Ser escrivaninha, ao notar a beleza das letras
Ser humano, quando no mais cruel engano
Acusarem-te, na pura ignorância, insano
E mostrar que, dentro de um corpo, há
Sempre, um consciente "entretanto"