O QUE FOI FEITO DE ELISA?
Como se nada houvesse acontecido
A cena mais uma vez se reprisa
O direito fundamental: a Vida, se banaliza
E o estrago provocado logo esquecido.
No coração de mãe, a ferida não cicatriza
Pois os assassinos do ente querido
Jamais revelaram qual destino haveria sido
Dado ao corpo da filha, Elisa.
E o maior algoz não se retrata, naturaliza
Em horário nobre pousa ávido, desimpedido
Como deboche à uma justiça que se escracha, escandaliza.
E a gente, da dor compadecido
Vê em cada mulher uma Elisa
Sob a mira de um banal orgulho ameaçado, ferido.