O QUE FOI FEITO DE ELISA?

Como se nada houvesse acontecido

A cena mais uma vez se reprisa

O direito fundamental: a Vida, se banaliza

E o estrago provocado logo esquecido.

No coração de mãe, a ferida não cicatriza

Pois os assassinos do ente querido

Jamais revelaram qual destino haveria sido

Dado ao corpo da filha, Elisa.

E o maior algoz não se retrata, naturaliza

Em horário nobre pousa ávido, desimpedido

Como deboche à uma justiça que se escracha, escandaliza.

E a gente, da dor compadecido

Vê em cada mulher uma Elisa

Sob a mira de um banal orgulho ameaçado, ferido.

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 16/03/2017
Código do texto: T5943133
Classificação de conteúdo: seguro