A metamorfose da ignorância.
O Brasil não tem perspectiva.
Em nenhum sentido.
A única vida que temos.
Será perdida na alienação da alma.
Proposto a um golpe do mercado financeiro.
A defesa de um neoliberalismo doente.
É o preço que se paga por um povo medíocre.
Infantil e imbecilizado.
Que acredita em conversa fiada.
A ausência de cultura.
Entretanto, muito difícil compreender a realidade.
Não restará ao povo a não ser as margens.
Ao delírio do capitalismo rentista.
Uma nação sem pátria.
Contrariamente, uma pátria sem coração.
Os milhões que foram as ruas.
Não perceberam a construção da sepultura.
Gritavam ao incêndio da fogueira.
Seus corpos a própria inquisição.
O santo ofício a maldição da loucura.
Tardiamente, não reconhecerão que não há ressurreição.
Covas vazias e desérticas.
As pessoas.
Perderam a força para baterem os pratos.
Abandonados ao campo aberto.
Pastos tão somente à natureza.
O desespero do inferno.
O terrível fogo em pleno deserto.
Sem chuva.
O sol derrete em partículas de hidrogênio.
Não restará nem mesmo o silêncio da ignorância.
A poeira química perdida na imensidão dos olhares.
Sonolentos em um tempo, que não poderá voltar.
Defuntos da imaginação.
Edjar Dias de Vasconcelos.