A metamorfose da ignorância.

O Brasil não tem perspectiva.

Em nenhum sentido.

A única vida que temos.

Será perdida na alienação da alma.

Proposto a um golpe do mercado financeiro.

A defesa de um neoliberalismo doente.

É o preço que se paga por um povo medíocre.

Infantil e imbecilizado.

Que acredita em conversa fiada.

A ausência de cultura.

Entretanto, muito difícil compreender a realidade.

Não restará ao povo a não ser as margens.

Ao delírio do capitalismo rentista.

Uma nação sem pátria.

Contrariamente, uma pátria sem coração.

Os milhões que foram as ruas.

Não perceberam a construção da sepultura.

Gritavam ao incêndio da fogueira.

Seus corpos a própria inquisição.

O santo ofício a maldição da loucura.

Tardiamente, não reconhecerão que não há ressurreição.

Covas vazias e desérticas.

As pessoas.

Perderam a força para baterem os pratos.

Abandonados ao campo aberto.

Pastos tão somente à natureza.

O desespero do inferno.

O terrível fogo em pleno deserto.

Sem chuva.

O sol derrete em partículas de hidrogênio.

Não restará nem mesmo o silêncio da ignorância.

A poeira química perdida na imensidão dos olhares.

Sonolentos em um tempo, que não poderá voltar.

Defuntos da imaginação.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 13/03/2017
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