Solidez
Feito pregos fincados no manto arenoso da morte
Estão ébrias almas sem sorte
Questão que se impõe
Ar que não se respira
Palavra rompida e maculada
Mundo onírico e cinéreo
Castiga a vida e oprime até a morte
Dos eternos condenados
No peito um corte
Quando a palavra cessa
E o silêncio fala
Sente-se a solidez de uma alma
Tão sólida quanto uma rocha
Tão viva quanto um riso pueril
Como um manifesto de rebeldia
Porque já não se pode mais respirar
Não se pode mais gritar
Mundo surreal e áspero
Que pisa no pão e rasga a liberdade
Crise axial da realidade
Que leva à sordidez da solidão
E impõe quando a palavra cala
A solidez da alma