Indagação

Quantos corpos habitei

Quantas vezes me fixei

Que amores eu vivi

O que é que nunca saiu de mim?

Somos tantos nessa nave

Temos nossas idiossincrasias

Mas é fato que em todos

Há, ao menos, vestígios de amor.

Teria a mente, que livre é,

Um destino no amplo universo

Ou será que está confinada

À uma só vida nessa corpórea prisão?

Será que quando da carne liberta

Ela alcança outros universos

Ou basta mantê-la imóvel para esvoaçar pelo espaço com a mais pura liberdade?

Tantas dúvidas me ocorrem

Quando contemplo, à noite, o céu

Indago-me se há outras mentes

Em estruturas diferentes

Perscrutando essa mesma vastidão.

Um silêncio absoluto se faz

Incompreensível pela minha razão

Mas um sopro morno eu sinto

no âmago do meu coração.

Faço uma oração.

Claudia Machado

10/3/17

Cláudia Machado
Enviado por Cláudia Machado em 10/03/2017
Código do texto: T5936339
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