O rio dos sonhos

Joguei umas pétalas de rosa no rio

Vieram uns peixinhos e a destruíram,

Com esforço tentaram comê-las

E em vão não conseguiram.

As pétalas mesmo espedaçadas desceram rio abaixo

Embelezaram aquelas águas escuras do velho Guamá

Seguiram seus cursos, seus destinos, suas singularidades

Sem empecilhos foram cortando o Pará.

As pétalas são a metáfora dos meus sonhos

No qual tentei testar como se comportariam no mundo

Vieram as primeiras dificuldades, mas prosseguiram

Sem se importarem o quão o rio era profundo,

E não sabiam da violência das águas

Que as vezes mansas se apresentavam

E nas curvas desconhecidas surpreendiam,

Mas sem desistirem bravamente caminhavam.

Levaram, as pétalas, para o horizonte,

Para bem longe, pelo meu velho amigo Guamá

Levaram a desesperança que desfalecia meu ser

E trouxeram de volta a leveza de espirito para o lado de cá.