TENHO A POESIA

Ainda bem que tenho a poesia

Minha alegria de verdade

Pode ser noite ou ser dia

Ela sempre me traz felicidade.

A poesia é parte de meu ser

Meu ser inteiro é poesia

Ela é meu anoitecer

Meu amanhecer

Seja na razão ou fantasia.

Ela nunca me deixa sozinho

Vive sempre ao meu lado

Pode ser num tortuosos caminhos

Ela sempre me deixa apaixonado.

Ai de mim, se não fosse a poesia,

Minha companheira inseparável

Ela tira toda a nostalgia

Desse mundo-cão insuportável.

Grande parte dos seres (des) humanos

Vive um mundo estéril e fatídico

E ainda maltrata o grande poeta

Que de sua vida é o profeta

Mas não entende a burrice do ser (des) humano

De ser tão ácido cortante como navalha!

Sua navalha toda afiada

Sua unha apontando as garras

Sua ignorância aponta-me um ato

Que não fiz e nem iria fazer

Mas, com certeza absoluta,

Muita me fez sofrer.

A língua, uma fatídica fala,

Palavras cortantes como navalha

Meu ouvido um barril de pólvora

Minha cabeça a explodir

Meus sentimentos não foram levados em consideração!

Minha conduta, ficar calado,

Feito um cavalo domado

Com medo de retaliação.

A ladainha, o dia inteiro,

O sofrimento, uma eternidade,

Sempre fui verdadeiro

Em busca da felicidade

Mas em mim só lágrima rolando

Nessa data que prefiro nem lembrar!

Data que já virou sinônimo

Do mais puro sofrimento

Parece que esse fenômeno

É puro aborrecimento

Que debruço meu pensar em mim

E fico sufocado por dentro.

Wanderlândia – TO, 2006.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 03/03/2017
Código do texto: T5929394
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