DESSA POESIA
Tantos os mares e tantas as nações,
tanta serras circulares e árvores em porções
no papel que escrevo a grafia do grafite,
tanta poesia, amada, já que insiste...
Tantas as nações e tantos os poemas distribuídos,
tantos que se servem das palavras como refeições frugais,
que nos ponteiros do tempo passam desapercebidos,
tantos somos e somos tão poucos, os que pensam iguais...
Tanto o prazer de desfrutar da poesia recém-nascida,
lavar-lhe a face e suavemente dar-lhe a boa comida,
tê-la brincando pela casa a derrubar vasos e flores,
semear os versos como fossem sementes de amores...
Tanto o ser e o não ser e assim sendo seguir,
tantos os que se enrolam no papelão do dia-a-dia,
ter o sol por escolta e a lua por amada a sorrir,
destas mãos retiro e dou-te os versos dessa poesia...