Quantos de nós
Eu me perguntava: Quantos de nós?
A pergunta ecoava. Uma escuridão sem fim. Uma imensidão.
Meus olhos fechados. Fechados, apertados.
Eu tenho medo. Nós temos medos.
Ainda são tantos vazios.
Há tanto com o que preencher.
Um mundo de opções. Nunca nos basta.
Nada parece mais difícil do que decidir.
Eu tenho pra mim, que é a parte mais dura de existir.
Viver se equilibrando entre escolhas e consequências.
Nada torna mais cruel essa existência.
E toda vez, que é preciso escolher.
A gente pergunta se fez afinal, a escolha ideal.
Nós caímos aqui no mundo.
Aquele mundo, onde não temos o controle.
Disseram que nascemos livres.
E devemos representar. O espetáculo não pode parar.
A vida limita, e obriga a decidir qual papel você quer nesse teatro.
Eu só sei que ninguém me perguntou se eu queria entrar nessa peça.
Eu nem sei mais o que eu queria.
É tanta coisa pra querer, e pra desquerer depois.
E eu não sei, se esse é realmente o papel ideal pra mim.
Quantos de nós?
Quantos de nós iremos passar a vida inteira, sem saber se representava o papel certo?