Eu não preciso

Caminhando entre árvores gigantescas, envolto há chuvas de folhas.

Uma trilha de pão a minha frente e pombos e mais pombos.

Um banco de pedra danificando por ramificações que o tornaram belo.

Sentado neste banco me deparo com um lago esplêndido.

Lembranças forçam a se tornarem presentes em minha mente.

Boas e ruins em um maravilhoso turbilhão.

Um sorriso preenche meu rosto vazio.

Acredito que é hora de voltar a caminhar.

Há uma casa afastada das grandes cidades.

Essa trilha me levará até ela.

Onde eu moro e sou feliz.

A cada dia a caminhada se torna costumeira.

É preciso de trabalho para manter um corpo em pé.

Então quase todos os dias a caminhada se torna importante.

O corpo deve ser alimentado e fortalecido.

Mais o interno não pode ser corrompido.

O passado acometido de erros e de obsessões.

A carne praguejando e implorando.

Desejos lascivos e doentios.

Sonhos banhados a algozes perversos.

Ideais que levavam a labirintos sem saída.

Quartos escuros, ruas vazias e salões grotescos.

Mergulhando em um poço sem fundo.

Com uma venda nos olhos feita de roupas íntimas.

Preso a quatro paredes sem encontrar a porta, sem nem possuir uma chave.

Hoje nada mais disso importa.

Eu não preciso mais.

Aldair FJ
Enviado por Aldair FJ em 01/03/2017
Código do texto: T5927731
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