Eu não preciso
Caminhando entre árvores gigantescas, envolto há chuvas de folhas.
Uma trilha de pão a minha frente e pombos e mais pombos.
Um banco de pedra danificando por ramificações que o tornaram belo.
Sentado neste banco me deparo com um lago esplêndido.
Lembranças forçam a se tornarem presentes em minha mente.
Boas e ruins em um maravilhoso turbilhão.
Um sorriso preenche meu rosto vazio.
Acredito que é hora de voltar a caminhar.
Há uma casa afastada das grandes cidades.
Essa trilha me levará até ela.
Onde eu moro e sou feliz.
A cada dia a caminhada se torna costumeira.
É preciso de trabalho para manter um corpo em pé.
Então quase todos os dias a caminhada se torna importante.
O corpo deve ser alimentado e fortalecido.
Mais o interno não pode ser corrompido.
O passado acometido de erros e de obsessões.
A carne praguejando e implorando.
Desejos lascivos e doentios.
Sonhos banhados a algozes perversos.
Ideais que levavam a labirintos sem saída.
Quartos escuros, ruas vazias e salões grotescos.
Mergulhando em um poço sem fundo.
Com uma venda nos olhos feita de roupas íntimas.
Preso a quatro paredes sem encontrar a porta, sem nem possuir uma chave.
Hoje nada mais disso importa.
Eu não preciso mais.