CICLO
Recolhe, com insensível
Pesar,
Sobras mudas do Ontem,
Imundos desejos de sempre.
Arrasta os pés, à guisa de jornada
Contemplando, sob a memória,
Glórias invisíveis, temores críveis.
Bonanças impossíveis.
Imberbe divagador,
Infante contestador.
Apenas para os tolos,
Está reservado o Amor.
Para.
Inala ar, amargura e um mísero fio
De rara doçura. Segue-o.
Alva tez, negros olhos,
Confusa simetria.
O acalanto da Beleza,
O fascínio do Mistério
A armadilha do Sonho.
“-Ela é linda!”
O calor às mãos retorna,
A ternura oprime seu peito,
Novos devaneios afloram.
Renasce mais um tolo.