CICLO

Recolhe, com insensível

Pesar,

Sobras mudas do Ontem,

Imundos desejos de sempre.

Arrasta os pés, à guisa de jornada

Contemplando, sob a memória,

Glórias invisíveis, temores críveis.

Bonanças impossíveis.

Imberbe divagador,

Infante contestador.

Apenas para os tolos,

Está reservado o Amor.

Para.

Inala ar, amargura e um mísero fio

De rara doçura. Segue-o.

Alva tez, negros olhos,

Confusa simetria.

O acalanto da Beleza,

O fascínio do Mistério

A armadilha do Sonho.

“-Ela é linda!”

O calor às mãos retorna,

A ternura oprime seu peito,

Novos devaneios afloram.

Renasce mais um tolo.

Gustavo Marinho
Enviado por Gustavo Marinho em 22/02/2017
Código do texto: T5921029
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