DESÉRTICO ALVORECER
Não sei porque me fiz expectante
de um bem-querer tão inconstante
em espaços que abri...
Ato desastrado!
Tantas palavras soltas de dúbio sentido...
Atitudes de adeus não dito...
Fiz de conta que não vi,
o curto presente se fazer passado.
Recolho do meu canteiro predileto
as últimas sementes do que foi afeto
já desnudo de minhas fantasias.
Pétalas, antes, douradas,
pelo chão permanecem amareladas
Sem abelhas...Onde o néctar ambarino?
Às vezes, quando o alvorecer anuncia
aos últimos raios da lua partindo,
o nascer do dia,
vejo sombras balouçantes de girassóis.
Espectros do que foram, são agora,
Simples miragens nos frios lençóis,
no desértico romper da minha aurora!
NAJET, FEV. DE 2017