Medo!
Das profundas raízes que esqueci,
da doce seiva do olhar...
e mesmo assim temi o vento.
Eu tinha tudo isso.
Tudo isso estava em mim,
até descobrir que eu era a própria ventania,
e que a angústia que eu sentia, passaria.
E como nada é para sempre,
resolvi soltar de mim, enorme gargalhada
para o tempo.
Vivo a ajuntar a paciência dos silêncios que me escondem
e a palavra, quase certa, que me sai da voz
nem sei se muito maculada pela consciência.
Decidi entender meu medo,
saber que nele não há raízes sãs
e por isso devo viver nos compassos das manhãs,
até que o último sol me abrace
e a derradeira lua, docemente, me beije.