TEMPO AO TEMPO
Um desejo contido
Uma emoção despedaçada
Um corpo ferido
Um ser sofrido
Malquisto sem saber
Mal visto por viver
Na angústia de mais um dia.
Uma criatura em constante agonia
Pede descanso aos prantos
É inútil pedir clemência ou paciência
Outra nova oportunidade de penitência
Ou até perdão ou mesmo complacência
Na tentativa insana de remediar a situação
Não adianta... é pura ficção
Mas preciso esquecer
Que um dia me fez sofrer
Depredando meus sentimentos
Sem trégua ou piedade
Vou então fugir daqui
Bem pra longe de ti
Tenho que tentar outra vez
Exterminar as lembranças
Enxugar as lágrimas
Expurgar as dores
Passando por cima de tudo
Até de tuas palavras amargas
Tenho que cicatrizar meus ferimentos
Preciso dar tempo ao tempo.