Decepções

Os olhos vêem o que queremos

na escuridão ou na luz intensa

as paixões ditam as regras

e temos o reflexo da perfeição

vislumbramos príncipes e heróis

mesmo em farrapos e degenerados

por causa das nossas paixões.

O que era liso torna-se enrugado

ao que era graça perde-se o encanto

ao riso intenso temos o pranto

e gritos de prazer são calados

por soluços fúnebres

enegrece-se o que fora luz

e murcham-se as flores primaveris.

As promessas, os beijos ardentes

o sexo e o desejo voluptuoso

agora é repulsa, veneno e fel

sem olhar de cobiça e sem afeição

os gritos são de raiva da decepção

não era o que se pensava

o príncipe era uma farsa!

A imagem refletida agora é cinza

sem o colorido dos dias bons

a música é uma valsa triste

sem o casalzinho apaixonado

o salão ficou deserto

todos se foram e restou o lenço

jogado ao chão pela dama em fuga.

Fugindo de si mesma

dos sentimentos de morte

que levaram a se entregar

sem analisar as conseqüências

mergulhando em um rio profundo

de águas escuras no silêncio noturno

em busca de alguém desconhecido.

O ideal de virtude da heroina

contrariava ao do cavalheiro

as raízes diferentes se chocavam

Melhor a solidão à desonra!

diz a heroína, desiludida

e parte para o exílio

forçada pela dor das decepções.

Diana Inácio
Enviado por Diana Inácio em 17/02/2017
Código do texto: T5915409
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