A aquarela do vento

Hoje o céu é de um azul intenso,

Sol, diz que veio para esquentar;

E o vento rabiscou nada imenso,

O pequeno anjo para nos alegrar...

Das nuvens, o branco emprestou,

Esperou olhares e agradecimento;

O homem, sem tempo, não olhou,

A aquarela tão delicada do vento...

O anjo passeou desprentensioso,

Com o seu clarim tão retumbante;

Mas na Terra, a falta dos sorrisos,

Fez anjo se dissipar num instante...

O vento deixou tintas mancharem,

O azul desse infinito e ficou bonito;

Pena que homens ao caminharem,

Não veem terra, e céu, ao olharem...

Explicaram pro vento, que o tempo,

É o culpado por tudo e até a poesia;

Se não é o amor do poeta, teimosia,

Seria esquecida, verso não existiria.