SOL DA JUSTIÇA
Tentavam aparentar oásis em meio a sequidão de um vasto deserto,
Cantavam a paz para maquiar suas apatias,
Em um planeta que se tornava quadrado e desaprendia a girar.
Camuflados em discursos doces, tentavam justificar suas amarguras e seus ódios,
Era a essência de um veneno que causava dissensões,
Eram ditaduras que intentavam se apresentar como democracia.
Dividiam em cores, classificavam seus irmãos,
Separavam em classes, somente um pequeno topo com voz,
Criavam muros e limitavam fronteiras.
Em seus templos de adoração a uma divindade clamavam por justiça,
Mas ao fim de toda a liturgia, esqueciam as palavras de amor,
Estavam enfermos, cronicamente egoístas.
O choro de uma criança não importaria se não fosse de sua pátria,
O choro de uma criança não importaria se partisse de um barraco,
O mar engolia os inocentes da terra, e eles, os grandes, nada faziam, não acolhiam.
Eram as nações esquecendo a humanidade, desconhecida da compaixão,
Parecia espelho do passado, afirmando que não aprenderam com a “santa” inquisição,
De passos apressados a caminho de um novo holocausto, que apenas refletia o velho.
Sol da justiça, esperança do amanhã, volte a brilhar,
Floresça na escuridão, misture nossas cores, reaviva a humanidade,
Ensina-nos a desabrochar na mais intensa escuridão, as várias formas de amor.