ILUMINAÇÃO

Eu sempre soube que muito pouco saberia,

não andaria dentro de uma flor,

só o seu perfume em mim com pés de aroma andaria,

verteriam meus olhos sua esfumada cor...

Sempre soube que pouco saberia do vago tomo de loucura

escrito por deuses absurdos e largado ao mar dos desvarios,

pois que a vida é quase sempre uma noite tão escura

que mal chegamos à margem e nos chama o rio

que nos levará, do próximo traço, ao berço

da poesia que nos vira do avesso...

Devolverei minhas parcas economias, o em mim posto,

da divina centelha fiapos de luz, os olhos iluminados do teu rosto...