Desenho de Giz

Suspiram, controversos

meus soníferos versos

que só a garganta finge gritar

Um sussurro, seco e arredio

Gritando! Mas fazendo- se silenciar...

Como o calor que camufla -se em frio,

nado nas águas onde correntes

vencem minhas medíocres braçadas

com ondas que a mim abraçadas

queimam em brasa minha frágil mente

Onde as pernas, vencidas, não têm chão

E a bala dos sonhos, disparada de um canhão

voa e desaparece num vasto infinito

que cala mas não consente

o meu sufocado grito

E assim, talvez no dia que me aguarda,

após outra infeliz madrugada,

eu acorde feliz...

Não mais lançando sonhos a qualquer parte

mas sim ao certo destino, - amar-te

para refazer no chão

nosso mundo de giz

Beatriz Beraldo
Enviado por Beatriz Beraldo em 07/02/2017
Reeditado em 07/02/2017
Código do texto: T5905421
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