Desenho de Giz
Suspiram, controversos
meus soníferos versos
que só a garganta finge gritar
Um sussurro, seco e arredio
Gritando! Mas fazendo- se silenciar...
Como o calor que camufla -se em frio,
nado nas águas onde correntes
vencem minhas medíocres braçadas
com ondas que a mim abraçadas
queimam em brasa minha frágil mente
Onde as pernas, vencidas, não têm chão
E a bala dos sonhos, disparada de um canhão
voa e desaparece num vasto infinito
que cala mas não consente
o meu sufocado grito
E assim, talvez no dia que me aguarda,
após outra infeliz madrugada,
eu acorde feliz...
Não mais lançando sonhos a qualquer parte
mas sim ao certo destino, - amar-te
para refazer no chão
nosso mundo de giz