Desgraça...


Enquanto você sorri, no absurdo,
Eu me alimento, depois vomito
Essa gosma gelada, quando
Adormeço teus sentidos em letargias

E no espasmo da noite, a desgraça
Acontece, quando surto o teu sorriso
E vejo o escarro cuspido da tua boca,
Então, com esse gosto te alimento...

E no meu cheiro, eu te flagro quando
Exalo das minha entranhas, e adentra o meu
Olfato, faminto eu te olho, e respiro...
Maldito!... Com dois holofotes a me espreitar...


Assim, vago entre os sonhos com a baba
Escorrida na boca e em meio tom eu deliro
Destarte, demente, eu suspiro...
E sem vida, na cova eu adormeço...

E minh'alma fatigada reclama do
Odor apodrecido... e destes vermes
Latentes, quando me assustam, bebendo
O néctar do meu derradeiro sangue apodrecido nas veias...