XIS DA QUESTÃO                                                                     
                                                                     
A fome, só a define quem a traz no estômago, quaisquer outras definições, são utopias.
A pele cola no osso e delineia o corpo, essas imagens são linguagens corporais, de infeliz espetáculo,
Numa sociedade, onde os pães se escasseiam, as broas são luas poucas nas bocas de quem tem fome!
Somos figurinhas carimbadas de mesmo álbum, mesmas escravidões, mesmas,e imensas dicotomias.
A não observar que as responsabilidades são faixas contínuas, e que a esperança expressa-se no plural,
Daí, as diversas fomes, essas verdades serem algazarras nas garagens da nossa consciência de todos nós
Daí, os olhos em preces serem petições,  as mãos vazias poemas, cujos versos declamam a solidariedade,
Pois, afastamos Deus dos nossos exemplos nos apoiando em nós mesmo como se esse modelo nos bastasse.
E temos colhido nessas afasias  os vazios existenciais,  nos acotovelando, no intuito chamarmos a atenção
Para as nossas fomes, que não só se satisfaz no pão material, porém, nos outros pães que nutrem a alma.
E fechar grades, e muros, nos abre os porões dos medos, porque, a desigualdade reclama contraditórios,
Visto que, não somos ilhas, nos espiamos uns aos outros,  e vivemos, interagindo com os mesmos defeitos.
Porquanto,  as diversas portas só se abrirão, quando tivermos, plena consciência, de que somos iguais.       .
Albérico Silva