O olhar de um sonho perdido.

Agora sei os sinais do tempo.

As ondas do ar que a vela iluminou.

Ataraxiologicamente.

O que devo dizer ao infinito distante.

Em uma sala de espera afagaram-se.

Os olhos que correram ao alento do destino propositado.

O sonho despertou-se.

O que devo dizer as palavras soçobradas ao mar.

Trovejou um silêncio terrível.

Agora ficamos perdidos na intenção idiossincrática.

Procuramos o tempo, encontramos os desejos.

Representados na utopia paradigmática.

Poderia ser o caminho esquecido.

Ponderações indeléveis.

A êxtase de forclusão.

As destinações.

Um olhar melancólico.

As possibilidades perdidas.

Entretanto, posso mostrar de onde venho.

Quem sou, todavia, o que deixei de ser.

Na ontogenética prescritiva.

As variações da sorte.

Quando encontrei o porto, perdi o barco.

Naveguei solitariamente, a procura dos trilhos.

Entretanto, sei o que tenho no coração.

Deduções imperscrutáveis.

Venho do ar.

Tenho no peito, a escolha predileta.

Ontológica filogenética.

Porém, foragida.

Nasci no infinito, desci a terra esqueci-me do arché primordial.

Imperdoável, tudo que poderia ter sido.

Sem ser.

Os tempos interpretados.

sonolências segregadas.

Ninguém soube referenciar os segredos.

Agora nesse instante.

Saltam as sombras as belas palavras.

A mais exuberante invenção.

A doçura do entendimento.

Pode ser refletido, pensado.

O reflexo do medo.

Aporia posterior sintética.

Compreender a história e perceber o passado.

Mostro de onde venho, por onde passei o que tive que refazer.

Indução apagógica de um mundo predestinado.

Se ainda existissem os sonhos.

Revelaria os desejos.

Sem espalhafato.

Conto o porquê tanto quero.

Reinventar as significações.

Apercepção dionisíaca.

A morfologia de um olhar imprescindível.

Venho do ar.

Perdi a rua.

Caminhei descalço.

Machuquei as mãos.

Tive que encontrar os sinais.

No entanto, muito perto da indignação.

Sou a alma sem respiração, contingenciada.

A cognição ponderada das fantasias não substancializadas.

Desci a terra, para subir ao céu.

Sem dialética.

Todavia, a montanha não estava em seu lugar.

Imperceptíveis todas as tentativas.

Então me fale o que poderia ter escrito.

Sou o espirito dos sonhos esquecidos.

A mais apofântica teoria da Imaginação.

Um olhar perdulário, separativo.

De um sentimento inexaurível.

Conte-me como foi o passado.

Os dizeres da memória de um cérebro.

Chateado e triste, longe das intenções.

Resquícios aléticos antropocêntricos.

Poderia ter a sorte da destinação.

A essencialidade da felicidade.

Tudo o que sei é que a recordação volta.

Porém, o tempo esquece as proposições.

Mundos akrasícos.

O barco adentrou ao mar e a sorte desmanchou o tempo.

Uma noite que não se madrugou.

Foram embora as últimas palavras construídas.

No entanto, um sorriso reformulando as intuições perdidas.

O que ficou foi a mais temerária interpretação.

A fortiori as inadequações.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 31/01/2017
Reeditado em 31/01/2017
Código do texto: T5898004
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