Eu, e os meus verbos
Não é o comum em minhas madrugadas, mas o meu sono se fez barquinho e desceu a ladeira na enxurrada da chuva. É um tic tac, sem função. O que fazer? Ascender a luz, pegar lápis e o caderno companheiro de ideias e rabiscar pensamentos entre verbos. Seria poema? Sei, não. O importante é que não serei a mesma depois de escrever no espaço de quem me deixou à deriva. Algum fruto nasceu da florada da madrugada rsrs.
Eu, e o meus verbos
“ Quem sabe faz ao vivo
Não espera acontecer”
Sair
por aí com o vento na cara
Ser
paz, sem medo de perdê-la
Amar
conjugado no presente
Sofrer
sem medo do sofrimento
Pisar
em qualquer torrão
conhecer meu chão.
Viajar
sem mágoa, esconderijo do ontem
Caminhar
nem ao Arroio, ou Chuí,
em mim
Sorrir
em consonância com a alma
Espalhar
o vírus, hospedeiro da alegria
Sentir
o agora, e não o que desejaria
Libertar
dos desejos que me aprisionam
Ir
com o vento na cara
nos caminhos sob a pele.
Olynda Bassan