Eu, e os meus verbos

Não é o comum em minhas madrugadas, mas o meu sono se fez barquinho e desceu a ladeira na enxurrada da chuva. É um tic tac, sem função. O que fazer? Ascender a luz, pegar lápis e o caderno companheiro de ideias e rabiscar pensamentos entre verbos. Seria poema? Sei, não. O importante é que não serei a mesma depois de escrever no espaço de quem me deixou à deriva. Algum fruto nasceu da florada da madrugada rsrs.

Eu, e o meus verbos

“ Quem sabe faz ao vivo

Não espera acontecer”

Sair

por aí com o vento na cara

Ser

paz, sem medo de perdê-la

Amar

conjugado no presente

Sofrer

sem medo do sofrimento

Pisar

em qualquer torrão

conhecer meu chão.

Viajar

sem mágoa, esconderijo do ontem

Caminhar

nem ao Arroio, ou Chuí,

em mim

Sorrir

em consonância com a alma

Espalhar

o vírus, hospedeiro da alegria

Sentir

o agora, e não o que desejaria

Libertar

dos desejos que me aprisionam

Ir

com o vento na cara

nos caminhos sob a pele.

Olynda Bassan

olyndabassan
Enviado por olyndabassan em 25/01/2017
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