Prematuro
Não tinha os braços
Não tinha as pernas
Não tinha a audição
Não tinha a voz
Não tinha a visão
Nasceu com o olfato aguçado
A sua cabeça balançava fazendo sim e não
Ante os perfumes de sua mãe
Os seus lábios eram grossos
O seu sorriso encantador
Dava-se pena não se ver nele
As nossas vaidades e o nosso egoísmo
Lágrimas desceram de seus olhos cerrados
Quando partiu em seu último suspiro
Queria viver mais
Neste mundo com cheiro de amor.