LIQUIDEZ MODERNA

Sobrou espanto. Que tanto!

Faltou verdade. Que barbaridade!

A descrença no mundo do mundo

E o descaso para o saber profundo

Gerou calamidade.

Para alívio e convívio

Os boêmios falam das mulheres.

As donas de casa, das colheres.

Os poetas, das paixões.

Os homens, das construções

(E os guris, do futebol).

Algumas, de seus lençóis

Lavados ou amassados.

Alguns, de seus medos:

Podem perder os dedos

Ou até algo mais.

Daí vem os carnavais,

Fantasias colossais

E um pouco de alegria.

Verão pede água fria

E inverno, uma fogueira.

Paixão verdadeira?

Efêmeras como são

Não chegam a eternas;

Na liquidez moderna

É o que se confia.

E mais alegria?

Nos nascimentos;

Nos acontecimentos;

E talvez, talvez...

No dia a dia.

Tarcízio
Enviado por Tarcízio em 11/01/2017
Código do texto: T5878680
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