Perdoe-me
Perdoem-me pela inatividade constante
Mas a vida passa num instante
E nem tudo é só alegria
As vezes sinto agonia.
Tal agonia que transcrevo em nostalgia.
Perdoe-me pelo descaso,
Mas sinto tanto cansaço que da cama só me levanto
Por espanto de um sono mal dormido.
Perdoe-me pelo personagem,
Mas a sociedade nada mais é que imagem,
Não importa se verdade
O que importa é imagem.
Perdoe-me pelas lágrimas
E pela falta delas também.
Mas minhas lágrimas se choram para dentro
E as lágrimas de fora não saem.
Perdoe-me pelo caminhar,
Mas eu prometo, meu caminho não é tortuoso.
E meus pés estão no chão.
Perdoe-me por perder a mim mesmo no borrão das estrelas,
Mas continuo dentro de mim e minha liberdade sou eu mesmo.
Muito eu mudei, mas para trás eu não voltei.
Perdoe-me por tanto pedir perdão
Mas quando abdicamos a nós mesmo nada mais resta que a decepção,
Porém de mim não abri mão, não pense que estou no chão.
Minhas asas tem penas que voam levam aos quatro cantos da Terra.
Perdoe-me, mas não posso mais pedir perdão.
Perdoe-me, mas não estou no chão.
Perdoe-me, pois essa é minha inspiração.
Perdoe-me, nesta e na próxima estação.
Perdoe-me enquanto ainda é verão.
Perdoe-me!