CAIXA DE RECORDAÇÕES
(Por Sandra Fayad)
 
Guardo cartas e cartões, postais e anotações.
São fragmentos da minha história
que sempre me surpreendem ao abrir
a caixa onde escrevi a palavra
"recordações".


Descubro que fui desatenta e insensível,
ambiciosa  e audaciosa.
Percebo que também fui rebelde
e , em alguns casos, generosa.

Do amor não posso me queixar -
até me considero privilegiada -
mas , verdade seja dita, dei umas vaciladas
por não ter feito boa leitura do gesto,
do olhar.


No meio da papelada mágoas não encontrei.
De fato, não sou de guardá-las.
Mas até hoje meu sorriso pode ser um disfarce.
Não representa aceitação, submissão
ou concordância com o que me falas.

Solidariedade nunca me pareceu tarefa difícil,
desde que se trate de real necessidade.
Do assédio de gente folgada
não encontrei acolhida ou generosidade.

 
Muitas vezes pareço o que sou,
noutras sou o que não pareço ser.
O caminhar às vezes firme, às vezes trôpego me agrada.
É dessa instabilidade que eu gosto de me embeber,
para sempre lembrar de que sou quase nada.
Bsb, 07/01/2017 - 20:00 h
Respeite os direitos autorais. Ao citar informe a autoria e a data da publicação. Peça autorização à autora para copiar.
Visite meu site: www.sandrafayad.prosaeverso.net
Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 08/01/2017
Reeditado em 14/04/2017
Código do texto: T5875354
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.