A VIDA QUE ENTARDECE

Sou um homem em tons amarelados
As paredes
As algemas
A vida entardece como uma floresta densa
E pouco a pouco desmatada
 
As ruas não são retas
As retas têm curvas
As curvas entortam pescoços
Os pescoços quedam com certos ventos
 
Eu visualizo algo áspero
Eu me viralizo pela rede
Eu não tenho se espero
E o que eu tenho é sede
 
Eu sou essa tarde em tons amarelados
As colinas
As coleiras
A vida anoitece como um deserto extenso
E pouco a pouco desfloresce
 
Uma luz cintilante
Atrai toda minha atenção
Pode estar distante
Pode estar em minha mão
 
As ruas vêm até a mim
As ruas desaguam nesse poço
Que é meu corpo
Onde sintetiza-se o fim

 
Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 07/01/2017
Código do texto: T5875282
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