A FLOR E O AMOR

A flor significa o encanto,

a beleza, a surpresa.

Presenteia-se com uma flor a pessoa amada,

querida, desejada, a ser conquistada.

Durante a conquista há magia,

esperança, apostas subjetivas.

Depois da conquista,

mantê-la é virtude para loucos e poucos.

Somente loucos, e entre estes mesmo poucos,

atiram-se com tudo ao amor.

A flor, a rosa na mesa, à sua espera, é a própria espera.

Tua. Sua. Nossa. Momentos, lembranças. Está aí há dias.

Não querendo se entregar ao destino que lhe é fatal.

A rosa, enquanto umidade tiver, e o talo a lhe alimentar,

sua beleza mostra. À sua agrura resiste.

O amor, tal como a flor,

mostra sua beleza e leveza enquanto encanta e encantado for.

Para mantê-lo aceso, coeso, preso, como a flor,

precisa da magia, do carinho, de um ninho,

do cuidado, da água e do vinho do sentimento.

De dois. De nós.

Flor e amor são um uníssono,

um mesmo símbolo, dois-em-um.

Uma mesma espera: que resista a tudo:

espinhos, desatinos, destinos, cortes, sortes, o tempo,

enfim: sobreviver à vida.

À própria vida.

A flor sem amor, flor não é.

O amor sem uma flor, em triste vazio,

em desencanto, torna-se:

para a própria flor, do amor.