Sobre as sombras
Sabemos
melhor até que o próprio Deus
que por aí existem sombras
desaparecidas
Por não vermos
Por negarmos
Por temermos.
Devo dizer que muitas delas se banham dos nossos sonhos
Enquanto o resto
Falsamente inexistem
nas consciências vãs
do espírito
e do corpo ofuscado numa penumbra alheia.
Digo, porém, um só constraste
que param para notar aqueles poucos
De um simples fato
Não há sombra que exista
Enquanto formos a própria luz
Do dia e da noite
Então
sombra sem fim
Desista
Já que tudo isso
Aos olhos nus
É a contraparte
de um tolo esconderijo
entre os meus.
E cá eu regozijo
Às sombras da luz do mesmo Deus.