Professor de história
O tempo nos detém
Nos faz faz reféns
Nos torna rostos sem passado
Passos dados sem glória
Rastros sem rumo e sem memória
Menos que nuvens
Imagens perdidas
Coisas jogadas fora
Alegorias sem vida
Bijuterias sem valor
À venda num mercado de pulgas
Máscaras, fantasias
Dias que escorregam e se dissipam
Num labirinto de escolhas
Bobagens...
O tempo nos esmaga
E de nós extrai o resto...
E o que sobra, então?
A essência
A decência
A consciência
e o sopro
De um perfume feito de lágrimas
É estranho
Desejar não ter passado
E ao mesmo tempo
Querer ser
Professor de história.