METAMÓRFORA
O pôr-do-sol de hoje
Não será jamais, como era.
Porque estou no meio do nada,
Sem nada, mas à espera.
Sei que não virás mais,
Mas nisso, não quero acreditar.
Quero, à noite, escrever versos
E logo depois, contigo deitar.
Mesmo sabendo que és ausente,
Em meu leito, te aguardarei.
Te amo porque és tudo;
És tudo que sempre sonhei.
E o vasto dia de amanhã
Traz quase tudo nessa vida.
Só não traz o lindo sol
E a tua beleza escondida.
As lágrimas que caíram,
Jamais cairão novamente;
Os meus olhos já secaram,
E me deixaram diferente
Não que eu tenha mudado.
Eu apenas me redescobri...
Aprendi novos valores,
Entendi porque nasci.
Nasci pra ser sozinho;
Pra buscar e não achar...
Nasci pro imenso tempo,
Que corre sem me avisar.
Nasci pra morrer assim:
Nessa infinita solidão,
Nessa maldita agonia
Que me consome grão a grão.
E meu último resíduo
Será, enfim, expelido...
Resultado de tanto sofrer:
De tanto desejo reprimido.
Jonny Mack
26.02.
2002